É hora de repensar a dupla checagem independente: o impacto do COVID-19 na garantia da segurança da administração de medicamentos

por | fev 19, 2021

COVID-19 revolucionou o mundo como o conhecemos em muitos aspectos da vida: negócios, entretenimento, viagens e educação, apenas para citar alguns. Obviamente, em nenhum lugar o impacto do vírus foi sentido de forma mais proeminente do que na área da saúde. Lidar com o vírus, além de cuidar das tarefas cotidianas em um ambiente hospitalar, colocou uma enorme carga sobre enfermeiros e médicos. Garantir a segurança dos pacientes e da equipe durante a pandemia tem sido uma tarefa Hercúlea.

Apesar da pandemia, garantir a dosagem segura de medicamentos continua sendo uma alta prioridade. Os erros de administração são responsáveis por 38% dos erros de medicação, aproximadamente o mesmo que os 39% estimados de erros relacionados à prescrição de medicamentos. [1] Uma das medidas de segurança mais importantes que tem sido adotada pela maioria das organizações para prevenir eventos adversos a medicamentos (EAM) é a dupla checagem independente (DCI).

Em tempos normais, aderir ao protocolo de DCI é um desafio. Os enfermeiros devem encontrar um colega – geralmente interrompendo-o no processo de cuidar de outro paciente – para que eles verifiquem se a dose adequada do medicamento será administrada ao paciente. O Institute for Safe Medication Practices (ISMP) relata que vários estudos demonstraram que duplas checagens independentes podem reduzir a taxa de erros de medicação em 95 por cento [2], portanto, por mais complicado que o processo possa ser, ele também é extremamente importante.

Desafios aumentados durante COVID-19

Mas mesmo em tempos normais de pré-pandemia, nem sempre era fácil localizar um colega devido à falta de pessoal e outras limitações de tempo. Acrescente as medidas de segurança instituídas como resultado de um vírus contagioso e letal, e a continuação da prática da dupla checagem tornou-se exponencialmente mais problemática.

Há uma série de questões em torno da dupla checagem em um momento de pandemia, incluindo:

Segurança do paciente – A dupla checagem independente, embora evite EAMs, pode na realidade diminuir a segurança do paciente, trazendo profissional de saúde adicional para o quarto do paciente. Essa exposição adicional aumenta o risco do paciente de contrair uma infecção nosocomial.

Segurança da equipe– Não só os pacientes correm maior risco, mas também os enfermeiros que devem entrar no quarto de um paciente potencialmente infectado, expondo-os a vírus como ao do COVID-19. Existem várias medidas que os hospitais estão tomando para minimizar a necessidade de enfermeiros entrarem nos quartos dos pacientes, como colocar bombas EV nos corredores. A realização de dupla checagem de dosagem na sala contraria essas novas medidas de segurança.

Recursos reduzidos– De acordo com um estudo em um hospital, o tempo para conduzir uma dupla checagem apenas para o enfermeiro verificador foi em média 6,4 minutos (7,9 minutos para administrações EV e 5,5 minutos para administrações não EV). Com quase 1.800 administrações por dia em todo o hospital e 69,3 por cento exigindo duplas checagens), o processo consumia quase 133 horas diárias de enfermagem.[3]

A escassez de enfermagem mesmo antes do COVID-19 era uma preocupação crescente. A pandemia exacerbou esse problema à medida que mais enfermeiros estão se afastando da profissão por causa do perigo do vírus e do estresse resultante que ele causou. Os enfermeiros também estão contraindo o vírus, o que reduziu ainda mais o número de funcionários. Conduzir duplas checagens de dosagem torna-se ainda mais desafiador, pois os recursos de enfermagem se tornam mais escassos.

Aumento dos custos – Cada vez que um enfermeiro tem que entrar em uma sala com um paciente COVID-19 – ou pacientes com influenza, VRE, MRSA ou outras doenças transmissíveis – ele ou ela deve usar Equipamento de Proteção Individual (EPI). Ter um segundo enfermeiro entrando em uma sala para realizar uma dupla checagem de dosagem aumenta a quantidade de EPI sendo consumido e aumenta os custos do hospital.

Os custos de EPI aumentaram em média mais de 600% desde o início da crise COVID-19, especialmente o custo de aventais de isolamento, máscaras N95 e protetores faciais (face shields). O custo médio de EPI completo pré-pandêmico por uso foi de U$ 2,83. Durante a pandemia, o custo subiu para U$ 16,19 por uso para um traje contendo máscaras, protetores faciais, aventais, luvas e pro-pés.[4]

Resolvendo o problema

Por causa desses problemas, muitos hospitais estão modificando o número de medicamentos que exigem uma dupla checagem independente durante a pandemia. Isso pode economizar custos e tempo, ao mesmo tempo que limita a exposição ao vírus para pacientes e enfermeiros, mas essa política corre o risco de aumentar a probabilidade de um EAM.

Existe outra maneira.

SafeDose fornece uma solução de tecnologia que elimina a necessidade de interromper um segundo enfermeiro e expor um paciente ou fazer com que esse enfermeiro seja exposto a um vírus letal. O conjunto de aplicativos SafeDose de ferramentas de referência de última geração, padroniza e simplifica o complexo processo de administração de medicamentos em seu hospital. O aplicativo de suporte clínico baseado na web e habilitado para dispositivos móveis fornece a enfermeiros e médicos uma dupla checagem de “paz de espírito” que melhora drasticamente a segurança do paciente.

Em uso desde 2011, o SafeDose Enterprise é usado por centenas de milhares de profissionais da saúde todos os dias e tem verificado milhões de transações de administração de medicamentos. O aplicativo baseado na web apresenta as informações corretas em unidades de dosagem (ou seja, mg, mcg, unidades, etc.), por forma (mL, comprimidos, cápsulas, etc.), por peso exato e por indicação. Ele fornece instruções de diluição e entrega, reações adversas, compatibilidades em Y e fluxogramas apropriados.

SafeDose Enterprise:

  • Fornece uma dupla checagem vital com precisão
  • Exibe informações clínicas/de medicamentos num piscar
  • Permite escanear frascos para conhecimento clínico
  • Exporta um registro com data e hora para o prontuário eletrônico

SafeDose provou que:

  • Aumenta a precisão das doses de medicamentos em 24%
  • Reduz o tempo médio de preparação de medicamentos em 8 minutos por evento
  • Capacita enfermeiros de todos os níveis de experiência para preparar doses precisas de medicamentos rapidamente [5].

A dupla checagem para garantir a dosagem adequada ainda é uma etapa crítica para garantir a segurança da administração de medicamentos. Mas isso não significa que você tenha que envolver um segundo enfermeiro para fazer uma verificação manual e potencialmente colocar em perigo a equipe e os pacientes. Agora existe a tecnologia para que um único enfermeiro execute uma dupla checagem precisa. É hora de repensar como usá-lo.

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[1] Huynh N, Snyder R, Vidal JM, Sharif O, Cai B, Parsons B, Bennett K. Assessment of the Nurse Medication Administration Workflow Process. J Healthc Eng. 2016;2016:6823185. doi: 10.1155/2016/6823185.

[2] Independent double checks: Worth the effort if used judiciously and properly. Institute for Safe Medication Practices (June 6, 2019).

[3] Westbrook JI, Li L, Raban MZ, Woods A, Koyama AK, Baysari MT, Day RO, McCullagh C, Prgomet M, Mumford V, Dalla-Pozza L, Gazarian M, Gates PJ, Lichtner V, Barclay P, Gardo A, Wiggins M, White L. Associations between double-checking and medication administration errors: a direct observational study of paediatric inpatients. BMJ Qual Saf. 2020 Aug 7:bmjqs-2020-011473. doi: 10.1136/bmjqs-2020-011473.

[4] Dow, W., Lee, K., & Lucia, L. (2020, August 12). Economic and Health Benefits of a PPE Stockpile. Retrieved February 12, 2021, from https://laborcenter.berkeley.edu/economic-and-health-benefits-of-a-ppe-stockpile/

[5] Damhoff HN, Kuhn RJ, Baker-Justice SN. Medication preparation in pediatric emergencies: comparison of a web-based, standard-dose, bar code-enabled system and a traditional approach. J Pediatr Pharmacol Ther. 2014 Jul;19(3):174-81. doi: 10.5863/1551-6776-19.3.174.